Bebês que nascem com freio na língua

O nascimento de um bebê é um momento especial e cheio de novidades, mas também pode trazer preocupações para as mães, principalmente quando surgem questões relacionadas à saúde. Uma condição relativamente comum, mas que nem sempre é bem compreendida, é o chamado “freio na língua” ou anquiloglossia, que pode impactar o desenvolvimento da amamentação e outros aspectos da vida do bebê.

Neste artigo, vamos falar sobre como identificar a anquiloglossia, o que fazer caso seu bebê nasça com essa condição, como é o tratamento e os cuidados necessários, além de oferecer dicas práticas para apoiar mães de primeira viagem e aquelas que já têm experiência.

O que é o freio na língua?

O freio da língua é um pequeno tecido que conecta a parte inferior da língua ao assoalho da boca. Em bebês que nascem com o freio da língua mais curto ou espesso, essa condição é chamada de anquiloglossia, e pode restringir o movimento da língua.

Essa limitação pode causar dificuldades na amamentação, no desenvolvimento da fala e, em casos mais severos, até em atividades como engolir. No entanto, é importante lembrar que nem todos os bebês com anquiloglossia apresentam problemas significativos e muitos podem viver normalmente sem a necessidade de tratamento imediato.

Como diagnosticar o freio na língua em bebês?

O diagnóstico do freio na língua pode ser feito logo nos primeiros dias de vida do bebê. Normalmente, um pediatra ou enfermeira especializada em amamentação consegue identificar a condição durante o exame físico do recém-nascido. Alguns sinais que podem indicar anquiloglossia incluem:

  1. Dificuldade na amamentação: Se o bebê tem dificuldade em pegar corretamente o peito, com sucções dolorosas ou ineficientes, pode ser um sinal de que a língua não está se movendo adequadamente.
  2. Dor ou desconforto ao amamentar: Mães que sentem muita dor ou desenvolvem fissuras no mamilo durante a amamentação também devem estar atentas, pois isso pode ser causado pelo mau posicionamento da língua do bebê.
  3. Som de clique durante a mamada: Esse som pode ocorrer porque o bebê não consegue formar uma vedação adequada ao redor do mamilo, devido à mobilidade limitada da língua.
  4. Dificuldade em manter o peito: Bebês com freio curto tendem a soltar o peito frequentemente ou parecerem irritados durante a alimentação.

Caso o pediatra identifique que o freio da língua está comprometendo a alimentação ou outros aspectos, ele pode sugerir um acompanhamento com um especialista, como um fonoaudiólogo ou otorrinolaringologista.

Métodos de tratamento para o freio na língua

O tratamento do freio na língua depende da gravidade da condição. Muitos bebês com anquiloglossia leve conseguem se adaptar bem, e nenhum procedimento imediato é necessário. No entanto, se a anquiloglossia está causando problemas significativos, como dificuldade em amamentar, pode ser indicado um tratamento simples e rápido chamado frenotomia.

Frenotomia

A frenotomia é um procedimento em que o freio da língua é cortado para permitir maior mobilidade. Esse procedimento é muito rápido, geralmente feito sem anestesia ou com anestesia local em bebês recém-nascidos, pois o freio é um tecido com poucos nervos e vasos sanguíneos. A recuperação é rápida, e a maioria dos bebês pode retomar a amamentação imediatamente após o procedimento, com melhora imediata da sucção.

Em casos mais severos ou em bebês mais velhos, pode ser necessária uma frenectomia, que é uma versão mais detalhada e envolve anestesia geral, sendo realizada por um cirurgião.

Como cuidar do bebê após o tratamento?

Se o bebê passar pela frenotomia ou outro tipo de tratamento, os cuidados pós-procedimento são simples e envolvem monitorar o bem-estar do bebê, especialmente durante a alimentação. Aqui estão algumas orientações:

  1. Amamentação imediata: Logo após o procedimento, é comum que o bebê seja colocado para mamar. Isso ajuda a confortá-lo e verifica se houve melhora na sucção.
  2. Monitorar sinais de desconforto: Nos primeiros dias após o tratamento, observe se o bebê demonstra sinais de dor ou desconforto ao mamar. Caso perceba algo fora do comum, converse com o pediatra para garantir que tudo esteja ocorrendo bem.
  3. Estimulação da língua: Em alguns casos, pode ser recomendada a realização de exercícios leves para estimular a língua do bebê e garantir que ele use sua nova mobilidade adequadamente. Esses exercícios podem ser indicados por um fonoaudiólogo.

E se o bebê não passar pelo tratamento?

Caso o pediatra avalie que o freio na língua não está prejudicando o bebê de maneira significativa, é possível que nenhum tratamento imediato seja necessário. Nesse caso, o acompanhamento regular será feito para monitorar o desenvolvimento da fala e da alimentação.

Além disso, muitos bebês conseguem superar as dificuldades de amamentação com apoio adequado e técnicas de posicionamento. Aqui estão algumas sugestões de como ajudar o bebê a amamentar com anquiloglossia:

  • Posicionamento correto: Trabalhar com consultores de amamentação para encontrar a melhor posição para o bebê. Posicionar o bebê em um ângulo onde ele consiga mamar com mais eficiência pode reduzir o desconforto e melhorar a pega.
  • Uso de técnicas de compressão do peito: A compressão ajuda o leite a fluir melhor, reduzindo o esforço do bebê durante a mamada e permitindo que ele receba mais leite.
  • Paciência e tempo: Para muitas mães, as primeiras semanas de amamentação com um bebê com freio na língua podem ser desafiadoras. Ter paciência e persistência, buscando ajuda quando necessário, pode fazer uma grande diferença.

Apoio para as mães: métodos do cotidiano

Para as mamães, principalmente as de primeira viagem, o diagnóstico de anquiloglossia pode ser fonte de ansiedade. No entanto, com informações adequadas e o apoio de profissionais de saúde, o processo de diagnóstico, tratamento e cuidados com o bebê pode ser bem tranquilo. Aqui estão algumas dicas práticas para ajudar as mães nessa jornada:

1. Converse com profissionais de confiança

Assim que houver qualquer suspeita de freio na língua, é fundamental ter uma boa comunicação com o pediatra ou com consultores de amamentação. Eles são as melhores fontes para avaliar a situação e sugerir o que deve ser feito. Muitas vezes, as consultas periódicas vão proporcionar o suporte necessário para acompanhar o crescimento do bebê.

2. Descanse sempre que possível

Mães de primeira viagem podem ficar preocupadas e estressadas com os desafios da amamentação, especialmente quando algo não está funcionando como esperado. Lembre-se de descansar e buscar apoio de familiares ou amigos. A falta de descanso pode aumentar o estresse e afetar a produção de leite.

3. Apoie-se em grupos de mães

Hoje em dia, existem muitos grupos de apoio, tanto presenciais quanto online, onde as mães podem compartilhar experiências sobre amamentação e cuidados com bebês com anquiloglossia. Conversar com outras mães que já passaram pela mesma situação pode proporcionar conforto e dicas úteis para lidar com o problema.

4. Esteja aberta a adaptações

Às vezes, pequenas mudanças na rotina de amamentação, como ajustar a posição do bebê ou introduzir técnicas de compressão do peito, podem fazer uma grande diferença no conforto do bebê e da mãe. Não tenha medo de tentar diferentes métodos e ver o que funciona melhor para vocês dois.

Considerações finais

O freio na língua, ou anquiloglossia, é uma condição que pode gerar preocupações, mas também é algo tratável e, em muitos casos, de fácil resolução. Diagnosticar cedo e entender as opções de tratamento, como a frenotomia, pode ajudar a garantir uma amamentação tranquila e o desenvolvimento saudável do bebê.

É importante que as mães, especialmente as de primeira viagem, saibam que não estão sozinhas. Com o apoio de profissionais e de outras mães, essa jornada pode ser cheia de aprendizado e momentos especiais, superando as dificuldades com leveza e segurança.r suas necessidades e celebrar suas conquistas é o melhor caminho para uma maternidade plena.

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